As previsões sobre o futuro do jornalismo ficam cada vez mais catastróficas. A disrupção provocada nesse mercado pelas tecnologias digitais e pelo surgimento de concorrentes assimétricos impõe desafios crescentes para as tradicionais empresas de mídia como a criação de novos modelos de negócios.
A Forbes, publicação centenária sobre negócios e economia, no entanto, superou essas dificuldades e anunciou que 2018 foi o ano mais lucrativo da empresa desde 2006.
Além disso, a Forbes disse que pretende investir em aquisições de novas startups das áreas de mídia, tecnologia, Inteligência Artificial e Blockchain.
O negócio da Forbes Media está muito diferente hoje do que foi uma década atrás. Nos últimos 10 anos, a publicação impressa perdeu 100 milhões de dólares em receita, mas o “prejuízo” foi totalmente recuperado com o crescimento dos negócios digitais. O licenciamento da marca e a criação de eventos também se tornaram parte importante do mix da empresa.
De 2014 para 2018, o bolo de receita da empresa mudou drasticamente. Os investimentos em publicidade na versão digital se tornaram a fonte de faturamento mais importante. Por outro lado, a publicidade e assinaturas na versão impressa despencaram.
Publicidade Digital
Fonte | 2014 | 2018 |
Publicidade na versão digital | 38% | 49% |
Publicidade na versão impressa | 21% | 7% |
Assinaturas da versão impressa | 22% | 11% |
Eventos | 10% | 23% |
Licenciamento | 8% | 10% |
Os eventos se tornaram uma fonte de grande relevância para a Forbes. Em 2018, mais de 60 foram realizados em todo o mundo: Under 30 Summit, CMO Summit e Women’s Summit.
Este é um exemplo de transição dentro do modelo(s) de negócio(s) do jornalismo. Empresas de comunicação já não podem falar de um único modelo. A busca por diversificação de seus produtos é chave para sua perpetuação.
A Forbes também possui 40 acordos de licenciamento em todo o mundo, incluindo Forbes China, Índia e Rússia. A marca também está presente em cursos online e MBAs na Europa e Estados Unidos.
O ano lucrativo da Forbes e a postura ativa em busca de inovação e diversificação de seus modelos de negócios é uma referência para qualquer empresa jornalística.
Desde 2006, eles entenderam que as transições nesse mercado eram imparáveis e começaram a busca pela disrupção. A receita impressa desabou, mas isso não representou o fim da empresa.
A Forbes abraçou a inevitável mudança e começou a investir em mais produtos, que hoje representam a maior parte dos lucros da companhia.
A aquisição de startups de diferentes áreas também é um indicativo do apetite que a empresa tem pela disrupção.
Estar em transformação não é uma opção, e deve fazer parte da vida de qualquer empresa, sobretudo em um mercado como o de comunicação em que tudo envelhece muito rápido.
A Forbes pode celebrar 2018, mas já sabe que se não se mantiver no trilho da mudança e melhorar continuamente sua proposta de valor, rapidamente pode deixar de ser relevante para seus clientes.