Como pesquisar tendências? Existe metodologia?  É uma ciência? Tarô? O que é futurologia? Posso confiar? Trendsetter, trends flow… O que é tudo isso?

As respostas para estas perguntas estão no Rise, curso da Perestroika – Escola de Atividades Criativas. Neles, os professores André Alves e Lucas Liedke traçam um panorama sobre a Pesquisa de Tendências no Brasil e no mundo.

Os dois estiveram na Box 1824, a empresa que fez o “We all want be young”. Lembra?

Vou escolher alguns pontos importantes do curso para dividir com vocês aqui. É claro que é muito conteúdo. Então vou tentar fazer uma seleção. Vamos ponto a ponto.

O que é tendência?

Um sinal de mudança, um novo padrão que começa a se estabelecer, um desvio da norma. Uma anomalia que desafia a normatividade.

Tendência é tudo isso. É direção, não é ponto final. Não tem mais ponto final. Comportamento, moda, atitude, tecnologia estão em constante e cada vez mais rápida mudança.

Marcas precisam estar antenadas e preparadas para antecipar movimentos de mercado e novos desejos do consumidor.

O passado e o futuro ajudam a moldar quem somos, o que fazemos e consumimos no presente. Normalmente as pessoas atribuem o presente somente ao passado e experiências vividas.

O futuro, no entanto, também tem papel importante. Estamos sempre, de forma intuitiva, tentando prever cenários, criando expectativas, sonhando… Tudo isso ajuda a definir o que somos no presente.

Cool Hunting e Futurologia

O TrendForecasting ou Pesquisa de Tendências não é só Cool Hunting, nem é só futurologia. É a soma dois dois e muito mais.

Cool Hunting é a busca pelo original, pelo autêntico, pelo novo e pelo pouco explorado comercialmente.

O Cool Hunting é a capacidade de estabelecer conexões entre campos de conhecimento diversos, revelando aspectos sócio-culturais de um tempo e traduzindo-os em caminhos possíveis de serem trilhados.

Caminhos a serem trilhados e pouco explorado comercialmente é um jogo de palavras que deveria soar como música para qualquer empresa, marca, agência, startup ou negócio.

Já a futurologia é a tentativa de prever, através de uma abordagem científica, o futuro sócio-político, econômico e ambiental da humanidade.

Futurologia é o desenho constante de múltiplos cenários e probabilidade.

Enquanto Cool Hunting quer identificar comportamentos emergentes de early adopters, o que é o novo autêntico, o novo novo, a Futurologia cria cenários e prevê caminhos possíveis.

Trendforecasting

A prática de coletar e cruzar informações para identificar um novo padrão estético, comportamental ou mercadológico. Tem Cool Hunting e tem futurologia.

O TrendForecasting ou Pesquisa de Tendências é contextualizar, interpretar e traduzir para identificar movimentos de mudanças nos mais diferentes campos.

Importante ressaltar que para o TrendForecasting, no plano ideal, o mundo está em constante movimento e isso vem acompanhado, normalmente, de uma ideia progressista.

No entanto, isso traz alguns riscos como autoritarismo infundado (de se supor capaz de determinar o futuro), o terrorismo da mudança (causando insegurança) e o perigo da normatividade (de alguém dizer o que é normal, o que é esquisito, o que esta dentro ou fora).

Confiram a pesquisa – de tendência, é claro – sobre lowsumerism (low+consumerism).

4) Pra que serve a Pesquisa de Tendências?

Matéria-Prima para inovação
Lançamento de novos produtos
Posicionamento de marca e estratégia de comunicação
Atualização de linguagem
Antecipação de comportamentos

Escolas que fazem Pesquisa de Tendência no Brasil e no mundo

TrendWatching
WGSN
The Future Laboratory
Protein
Cassandra
Box 1824 (Brasil)
Wire
Scenario
Envisioning (Brasil)

Trendsflow

O TrendsFlow é um primeira passo em relação ao processo de metodologia para a Pesquisa de Tendências.

Drivers: dados, descobertas, acontecimentos, notícias locais e globais. São novos fatos que irão afetar a cultura, o comportamento e o consumo. Queda do PIB, atentado terrorista, venda de celulares, água em marte…

MacroTrends: tendências em larga escala, com força para impactar diferentes grupos de pessoas e segmentos de mercado durante um longo período de tempo. A exigência de transparência no poder público, a preocupação com a saúde são exemplos de Macro.

MicroTrends: tendências que afetam nichos, segmentos, são mais específicas. São novas estéticas ou comportamentos que mudam suas expressões com maior rapidez.

Lógica da Curva de Disseminação

Esse gráfico já é amplamente conhecido, mas obviamente conversa diretamente com a Pesquisa de Tendências.

Os grandes Bureus de Tendências buscam o “novo padrão “que se confirma com os early adopters. Algumas empresas trabalham com os 16%. Quando um comportamento ou tendência atinge 16% da população ele já está pronta para ser massificada.

Pirâmide de influência e o mito do formados de opinião

Muitos confundem a pirâmide sócio-econômica com a de influências. Há muito, esse movimento já não é verdade. Temos movimentos que emergem de classes menos abastadas para cima, assim como o movimento contrário. O tecnobrega e o funk carioca são alguns exemplos de movimentos que vieram de baixo da pirâmide sócio-econômica.

É por isso que se desconstrói o mito do formador de opinião que sobre tudo sabe, sobre tudo fala e influencia.

Hoje, em cada segmento, cada área, cada estilo, existe um formador de opinião. Alguém pode influenciar em um assunto, mas ter capilaridade zero em outro. Ele pode ser importante no campo do cinema e viagens também. São muitas fórmulas e poucas restrições hoje. O mundo está muito fluido. Os movimentos acontecem em todos os sentidos das pirâmides.

Uma hora você está na ponta dela, na outra, você compõe a base.

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