Não é nenhuma novidade a atração humana por histórias. O homem primitivo desenhava nas cavernas para ensinar sobre o perigo e promover aprendizado. Se o tigre é perigoso, é importante que toda comunidade saiba. Isso é transmissão de conhecimento.
Através das histórias, o sentimento do autor é compartilhado. Suas experiências e emoções podem ser vividas por quem lê, vê ou escuta.
Histórias são legais. Elas encantam e ajudam a cativar a atenção das pessoas. Quando você entra numa história, consegue se desligar de tudo e viver uma aventura especial.
Histórias fazem você esquecer voluntariamente do celular durante algumas horas no cinema. Páginas alimentam sua imaginação. Uma grande história faz você sonhar, sorrir ou chorar.
Nada disso é novidade.
Por que, então, essa tema voltou com tanta força para o mundo das marcas e da comunicação?
Voltou porque nunca foi tão difícil para as marcas criar uma conexão emocional com as pessoas em meio ao turbilhão de informações da nossa rotina.
A crise de atenção é a crise da comunicação e da publicidade. Todos nós somos expostos diariamente a milhares de estímulos. Com tanta opção, tanta tela, fica difícil criar vínculos. Fica difícil prestar atenção.
Riqueza de informação gera pobreza de atenção.
Herbert Simon, ganhador do prêmio Nobel de economia
É nesse mundo da hiperoferta e consumo que entra o Storytelling. Contar histórias é uma forma de burlar os filtros do cérebro humano e mirar no coração das pessoas.
Ninguém quer prestar atenção no que é chato. Nós queremos experiências, queremos viver emoções de verdade.
É claro que não estou falando de qualquer história. Sabemos que um comercial comum apresenta uma narrativa. O Storytelling busca histórias que conectam corações, que apelam para o lado biológico e não racional. Elas engajam.
As histórias preenchem nossas necessidades cogniticas, avaliativas (filtro da chatice) e afetivas.
Para obter atenção voluntária, é preciso contar histórias que tenham relevância e afinidade com a sua audiência.
Estruturas narrativas bem construídas podem alterar decisões e persuadir pessoas a adotar marcas. Isso é música para qualquer marca.
Histórias ajudam a construir comunidades de fãs. Eles replicam, enriquecem e ajudam a perpetuar os valores de uma marca. Você já viu os fãs de Star Wars, Harry Potter, Walking Dead, Apple ou da Red Bull? É isso que as histórias fazem com as pessoas.
Conteúdos intrigantes se sobrepõem aos entediantes. Na disputa por atenção, isso faz toda a diferença.
No livro “O Guia Completo do Storytelling, os autores Fernando Palacios e Martha Terenzzo marcam a diferença entre o que é Storytelling e o que não é com uma simples pergunta: você recomendaria esse conteúdo para um amigo?
Se você é agência ou marca, pergunte-se: se eu fosse a minha audiência, indicaria esse filme ou conteúdo para alguém? Se eu pagasse por ele, ficaria satisfeito?
Se a resposta é não, você já pode começar a pensar em como aplicar o Storytelling no contexto da sua marca.