Antes de começar a falar sobre a franquia, vamos começar falando um pouco sobre o que é narrativa transmedia (transmídia storytelling).

Transmedia trata-se de uma história – ou várias – que são contadas através de diversas mídias, cada uma contribuindo de maneira diferente e valiosa para o todo.

A história pode começar nos quadrinhos, depois ganhar um filme, ser expandida para a TV, literatura e além de avançar pelo promissor mundo dos games.

O fundamental é que as histórias contadas em cada meio devem ser independentes para que não seja necessário ver o filme para entender o game. No entanto, as histórias devem pertencer ao mesmo universo temático. O universo de Tolkien, por exemplo, abre espaço para a saga dos Senhor dos Anéis e para as aventuras dos hobbits.

Feita essa introdução, podemos começar a falar sobre o apocalipse zumbi.

“The Walking Dead” é uma franquia, criada e desenvolvida por Robert Kirkman, que foi iniciada nos quadrinhos. O sucesso do produto e a legião de fãs formada permitiram que os zumbis ganhassem uma série de televisão.

Neste caso, os quadrinhos e a série contam histórias muito semelhantes, embora guardem particularidades e até personagens exclusivos.

“The Walking Dead” conta a história de Rick, um policial que acorda de um coma em meio ao apocalipse zumbi e, junto com sua família e um grupo de sobreviventes, viaja pelo devastado continente americano à procura de um local seguro, longe de todos os zumbis.

A relação entre a TV e os quadrinhos é a menos transmidiática de todos os produtos da franquia, já que não há claramente uma ampliação do universo e sim uma sobreposição de história.

Por outro lado, a série usa e abusa de outros produtos para enriquecer o universo da sua narrativa.  Games para dispositivos móveis nos permitem viver aventuras com os personagens da franquia e acessar conteúdos exclusivos em vídeo.

Game Mobile da franquia “The Walking Dead”

Os webisodes (episódios da web), exibidos entre uma temporada e outra, contam histórias de personagens pouco explorados na TV. Já os livros aprofundam o psicológico e história de grandes personagens da franquia como o Governador.

Sobre os webisodes:

Após o lançamento da primeira temporada, foram produzidos seis webisodes, cada um com aproximadamente 3 minutos de duração, contando a história de um zumbi que aparece na rapidamente na primeira temporada.

Na série para a televisão, não há informações sobre a história deste zumbi, embora ele apareça com certo destaque.

Na cena, Rick vê o zumbi se arrastando pela grama e consegue reconhecer a antiga vizinha. o cowboy concede um tiro de misericórdia.

Na TV, esse é o arco completo do personagem. Os webisodes são utilizados então para entendermos como a vizinha de Rick se transformou em zumbi.  Ele aprofunda a história de um personagem pouco desenvolvido na TV.

A história avança até o cruzamento com a cena do episódio televisivo. Os dois produtos da franquia se conectam.

O produto ganha mais características transmedia. São duas histórias pertencentes ao mesmo universo e pensadas de forma integrada.

Quando assistimos à cena final do último webisode com a personagem Hannah transformada em zumbi, nós conseguimos conectar as histórias do vídeo para a web com a série de TV.

A mesma estratégia se repete entre a segunda e a terceira temporada e quem quiser assistir à esses episódios da web, pode entrar direto no site da AMC.

Se está preocupado com spoilers, relaxa! Não importa se você já viu os episódios televisivos, a história é independente e não vai revelar nada. Só vai enriquecer.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Assinar newsletter!

Receba as notícias mais importantes na sua caixa de e-mail

You May Also Like

Dicas para melhorar as suas apresentações no trabalho

Apresentações no trabalho fazem da parte das rotinas de diversas profissões, sobretudo,…

Pensamento Digital x Industrial – Modelos em choque

O Pensamento digital é o oposto da lógica industrial. As diferenças entre…